Na opinião de dois especialistas no tema, apesar do momento de incertezas na área financeira, há esperança de uma rápida retomada da economia no Canadá após a pandemia.
“Se a questão da saúde pública for resolvida, acredito em uma recuperação ligeira”
Segundo James Brander, professor de Negócios Internacionais e Políticas Públicas na Sauder School of Business da University of British Columbia (UBC), “a boa notícia é que se a questão da saúde pública do COVID-19 for resolvida, acredito que vamos ter uma recuperação ligeira”. Em entrevista à News 1130, Brander afirmou que “os governos estão fazendo a coisa certa para manter viva a possibilidade de uma recuperação veloz, portanto não há razão para que não ocorra uma retomada acelerada”.
Resta então a pergunta de quando isto pode acontecer. “Há um certo otimismo de que pode haver uma expansão forte, porém isso depende muito da situação na saúde pública – e claro, isso é incerto” esclareceu o professor da UBC.
“No passado, as recessões que tivemos foram agudas, mas de curta duração”
Professor de Relações Industriais da Sauder School of Business (UBC), Mark Thompson, concorda que uma recuperação rápida é viável: “A economia estava indo bem antes de tudo que aconteceu, então eu acho que a demanda ainda existe e as empresas que foram forçadas a fechar podem reabrir” salientou em conversa com a CityNews. “No passado, as recessões que tivemos foram agudas, mas de curta duração e eu acredito que é isso que vai acontecer novamente” ponderou.
“Estamos vendo a desaceleração mais acentuada desde provavelmente os anos 1930”
Entretanto, apesar do fio de esperança, ambos economistas admitem que a situação atual é difícil e ainda há desafios pela frente antes de que uma retomada seja possível. “Estamos vendo a desaceleração mais acentuada desde provavelmente os anos 1930” apontou James Brander. “Na semana passada foram cerca de 1 milhão de reivindicações de seguro desemprego no Canadá, ou aproximadamente o dobro do recorde anterior” ressaltou.
O professor de Negócios Internacionais acrescenta que o aporte financeiro do governo federal vai ajudar aos mais afetados neste momento turbulento. “Há o suficiente para as pessoas sobrevierem. Não para se sentir bem, mas para apenas sobreviver por alguns meses. E então esperamos que a economia volte a aquecer após dois ou três meses” conjecturou.
Por outro lado, Mark Thompson acredita que o suporte oferecido pelo governo federal e províncias como BC é um bom começo, porém mais pode ser necessário, dependendo da duração do surto do novo coronavírus. “Eu não acho que ninguém acredita que as providências tomadas até o momento são suficientes ou que não serão necessárias mais medidas no futuro” alertou. O professor lembra ainda que muito do que vai acontecer nos próximos meses vai depender da extensão e gravidade da crise.
Moody’s: economia pode reaquecer na segunda metade do ano
A Moody’s Investors Service, instituição de pesquisa financeira, destacou em um novo relatório que “como em muitos países, as medidas de contenção tomadas pelo governo canadense vão desacelerar a propagação do COVID-19, mas vão afetar fortemente a atividade econômica e o crescimento do país. No entanto, as medidas fiscais de emergência vão ajudar a amortecer o choque.”
Segundo o documento, a Moody’s “espera que os esforços para conter o vírus vão permitir a economia reaquecer na segunda metade do ano, depois que o surto perder fôlego e as pessoas retornarem ao trabalho”.
Entretanto, a agência de classificação financeira ressalva que este diagnóstico reflete as suposições de momento: “Em última análise, o alcance do vírus e a duração e profundidade do choque econômico permanecem bastante incertos.”
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