Prepare o bolso: Inflação no Canadá é a mais alta em quase duas décadas

O instituto nacional de estatística Statistics Canada divulgou que o índice de preços ao consumidor em setembro subiu 4.4% em comparação com o ano anterior. Este é o nível mais alto em 18 anos, de acordo com o relatório. Ainda segundo a entidade, a taxa anual de inflação teria sido de 3.5%, se os preços da gasolina fossem excluídos do cálculo.

Os preços da gasolina aumentaram quase 32.8%, os alimentos aumentaram 3.9%, a carne aumentou 9.5% e os preços dos veículos de passageiros aumentaram 7.2%.

“Isto se deve mais às restrições na oferta do que por qualquer outro motivo, e estes gargalos provavelmente serão resolvidos no início de 2022. E grande parte desta pressão será atenuada, desde que não resulte em demandas por aumento salarial” explicou M. Lander, professor de economia da Concordia University, em entrevista ao canal CTV News.

Até o custo do inofensivo camarão fez subir os preços dos frutos do mar, devido aos problemas na cadeia de abastecimento entre os principais exportadores.

Demanda Reprimida Aumenta Preços no Turismo

Embora os preços das passagens aéreas também tenham aumentado, isto não impediu muitos canadenses de viajar. A chamada demanda reprimida está sendo responsabilizada por alguns dos aumentos de preços no setor, desde hotéis até aluguel de carros. No entanto, espera-se que as passagens aéreas se estabilizem à medida que mais aviões sejam adicionados à malha aérea e a capacidade operacional aumente, além de mais concorrência de companhias aéreas de baixo custo, como a Flair e a Swoop.

O economista R. Mendes do CIBC disse ao canal CP24 que o lado positivo é que os consumidores canadenses acumularam coletivamente um volume relevante de dinheiro, o que deve fazer a diferença durante este período de inflação alta. Por este motivo, explica Mendes, “a economia pode ser capaz de lidar melhor com este momento de instabilidade inflacionária do que em décadas anteriores”.

O acúmulo de recursos, fenômeno chamado de “entesouramento”, foi notado em todo o mundo devido à pandemia, segundo a diretora de administração do Banco Central do Brasil, Carolina Barros.

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