“O futuro do trabalho humano é imaginação, criatividade e estratégia.” Este é o título – e um resumo – de um dos artigos mais celebrados da Harvard Business Review do ano de 2018. Dadas significativas mudanças no ambiente de trabalho e no cenário socioeconômico mundial, a expectativa das empresas é de que os trabalhadores dominem as habilidades que diferenciam os seres humanos das máquinas.
Às máquinas, serão delegadas as tarefas algorítmicas – aquelas que possuem um script por trás e, portanto, possuem uma lógica e sequência de passos definidos (até mesmo a inteligência artificial segue códigos e as máquinas aprendem e analisam informações dentro dos limites desses códigos).
Aos seres humanos, por outro lado, serão delegadas as atividades que requerem criação, imaginação, colaboração, comunicação. E para performar tais atividades de forma efetiva, demanda-se, naturalmente, um conjunto de conhecimentos e habilidades. Dentre estas habilidades está a capacidade de criar – a criatividade
Tendo em vista a importância da criatividade para o desenvolvimento da carreira de todos os profissionais já nos dias de hoje e, sobretudo, a importância que o mercado de trabalho vai dar a capacidade criativa em um futuro breve, algumas dúvidas começam a tomar corpo.
Como desenvolver a criatividade
Tão importante quanto temida, muitos pensam que a criatividade é aquele raio de luz, a lâmpada do Eureka que aparece nas mentes dos artistas e criadores em momentos únicos de inspiração. Ao contrário, a criatividade não é uma capacidade exclusiva dos intelectuais, dos talentosos ou daqueles que nasceram com o dom da criação. Assim como os músculos, a criatividade é uma habilidade que se desenvolve e fortalece.
Mais do que apenas reinventar a roda, a criatividade envolve combinar elementos existentes de formas inéditas. Portanto, é seguro dizer que a criatividade não implica necessariamente em originalidade. Picasso, por exemplo, criou seu estilo ao combinar elementos de Matisse e de esculturas africanas. Matisse, por sua vez, se baseou em outra grande inspiração de Picasso – Paul Cézanne – e criou seu próprio estilo.
A criação do velcro, do iPhone e de outros elementos essenciais do cotidiano da maior parte das pessoas se deu neste movimento – combinando as coisas.
Como Vancouver pode despertar a sua criatividade
Para criar, são necessários diversos “inputs” – informações, ideias, experiências, vivências – para que, então, a mente possa processá-los, conectá-los de maneiras diferentes e criar novas ideias. Vale a pena lembrar que, em se tratando de “inputs”, a quantidade é tão importante quanto a diversidade. É fundamental absorver diversos e variados elementos.
É neste contexto que Vancouver pode contribuir para com o processo criativo. Viver em Vancouver é viver o mundo. Aqui, se tem de tudo e de todos os tipos – pessoas de todos os cantos do mundo, culinária de A a Z, eventos de toda a sorte e oportunidades de praticar do ski à canoagem. Não é incomum, inclusive, ouvir jocosamente que “O mais difícil em Vancouver é encontrar canadense.”
Onde buscar inspirações de criatividade na cidade
Desconsiderando-se os tempos de exceção pelos quais o mundo vem passando, Vancouver oferta um sem-número de oportunidades. Só a Vancouver Public Library, por exemplo, oferece eventos que vão de “Criação de currículo usando Abobe Illustrator” a “Pintura chinesa” ou de “Como produzir um podcast” a “Como fazer uma busca de empregos”.
Se levarmos em conta todas as bibliotecas e centros comunitários da Grande Vancouver, as organizações que promovem cursos e workshops e as oportunidades oferecidas pelo governo, o problema deixa de ser as possibilidades e passa a ser a escolha e a priorização dentre as inúmeras opções disponíveis.
No material acadêmico da criatividade, se utiliza uma mesma expressão que se utilizada na ciência da computação – o chamado efeito GIGO (garbage in, garbage out). Em outras palavras, isso significa que os problemas de “output” (de criação de novas ideias) são, acima de tudo, problemas de “input”.
Portanto, fica mais do que provado que Vancouver pode ser de extrema valia no desenvolvimento da habilidade criativa. Aqui se tem quantidade e variedade. E, mais ainda, aqui se tem oportunidade – e não são poucas.
A curiosidade gera oportunidade
Entretanto, estar em Vancouver, por si só, não basta para aguçar a criatividade. É preciso que as pessoas se abram e acrescentem um elemento fundamental a esta equação. E o elemento em questão é a curiosidade.
No Vale do Silício, região mais inovadora do mundo, é comum ouvir algo como “ficar bom em ter sorte”. O que está por trás dessa expressão aparentemente paradoxal é o fato de que a curiosidade faz com que as pessoas se abram, prestem mais atenção ao desconhecido, procurem investigar o diferente e o novo e, portanto, tenham mais chances de encontrar novas oportunidades e algumas “pepitas de ouro”. Daí então, diz-se que a curiosidade torna os indivíduos bons em terem sorte.
Tal como se diz no Brasil, Vancouver dá às pessoas a faca e o queijo. Cabe àqueles que estão aqui, então, deliberadamente aproveitar as oportunidades, se desenvolver, se adaptar às novas demandas da economia e do mercado e avançar em suas respectivas carreiras.
Guia: Algumas fontes de criatividade em Vancouver
- Tourism Vancouver – Festivais e eventos em Vancouver.
- Meetup Vancouver – Encontre pessoas com interesses semelhantes e fortaleça a sua rede de conexões.
- Vancouver Art Gallery – Do erudito ao moderno, busque inspiração através da arte.
- Vancouver Public Library – Acesso gratuito a diversos recursos de estudo e pesquisa além de diversos eventos.
- Granville Island Public Market e Lonsdale Quay Market – Comidas de todos os cantos do mundo – em ambientes muitos agradáveis, cercado de belos visuais.
- Emily Carr University of Art + Design – Cursos e workshops em design, arte, ilustração, artes, programação e fotografia.
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