O Canadá esmagou a curva enquanto os EUA passam por dificuldades: CNN compara como os países vizinhos enfrentam a pandemia

A rede CNN exibiu aos americanos uma comparação direta entre as diferentes estratégias utilizadas pelos governantes dos Estados Unidos e do Canadá – e suas consequências.

Em reportagem esta semana, a rede CNN exibiu aos americanos uma comparação direta entre as diferentes estratégias utilizadas pelos governantes dos Estados Unidos e do Canadá – e suas consequências, em resposta à pandemia do novo coronavírus. A matéria analisa como o Canadá conseguiu domar o surto de COVID-19, enquanto nossos vizinhos apresentam dificuldades, refletidas nos recentes altos números de casos e mortes.

Dra. Bonnie Henry, médica-chefe da província de British Columbia (Crédito: CNN)

Início similar, rumos distintos

Segundo a CNN, apesar do início similar, as curvas de infecção por COVID-19 tomaram rumos diferentes nas nações vizinhas. Os Estados Unidos, no momento, têm dez vezes mais casos positivos per capita do que o Canadá e, no entanto, não se está declarando “missão cumprida” em Ottawa.

De acordo com o primeiro-ministro Justin Trudeau, “o que a situação que vemos nos EUA e em outros países nos mostra é que, ao mesmo tempo que reabrimos a nossa economia, precisamos continuar atentos, individualmente e coletivamente.”

E assim tem sido. O canal destaca uma série de fatores para o sucesso, até o momento, do controle da pandemia no Canadá: “Testes para coronavírus abrangentes e realizados cedo, a rede de saúde gratuita e a ampliação de sua capacidade para atender pacientes durante a crise, shutdowns mais longos, reabertura mais lenta, distanciamento social e a ausência de polêmicas sobre o uso de máscaras, já que a maioria dos canadenses vêm isso como seu dever”.

Médica-chefe de BC fala sobre a resposta da província para conter a pandemia

A CNN também destacou o papel da Dra. Bonnie Henry, médica-chefe da província de British Columbia, que segundo a reportagem, atuou como um “sistema de alerta preventivo” para o país, administrando com sucesso os primeiros surtos, mostrando que isso era possível.

“Muito deste processo vem da consistência e da capacidade de fornecer às pessoas as informações do que nós precisávamos que elas fizessem, e isso se sustentou, mesmo com a reabertura da economia, pois o público continua seguindo as recomendações, tentando garantir a segurança uns dos outros” disse a Dra. Henry à rede americana.  

Manter a política fora da equação foi parte da solução no Canadá

Ainda de acordo com a Dra. Bonnie Henry, outro fator fundamental no processo de resposta ao novo coronavírus foi “manter a política fora da equação”.

A matéria da CNN destaca como exemplo os elogios entusiasmados que o premier (governador) da província de Ontario teceu a Chrystia Freeland, vice-primeira-ministra do Canadá, no contexto do combate ao COVID-19. Ford é do Partido Conservador de Ontario, de centro-direita e Freeland é do Partido Liberal, de centro-esquerda. Algo difícil de se imaginar hoje nos EUA e também no Brasil, onde atritos entre os mandatários no âmbito estadual e federal são frequentes.

“Em geral, estamos todos juntos” ressaltou a médica-chefe de BC. “E os políticos tomaram as decisões certas, baseado em recomendações − e isso nos ajudou” completou.

Combate ao vírus com uma “deferência inabalável pela ciência”

A reportagem também cita a importância do fechamento da fronteira entre os países vizinhos para viagens não-essenciais e o período de quarentena de 14 dias para qualquer pessoa que entre no Canadá, porém ressalta que erros também ocorreram no país, referindo-se principalmente às mortes nas residências para idosos.

“Mais de 8.500 pessoas morreram no país, a grande maioria devido a condições insatisfatórias dos asilos para a terceira idade” lembra a CNN. O próprio primeiro-ministro Justin Trudeau classificou a situação como um “constrangimento nacional”.

E com este pesar, conclui a matéria, os canadenses vêm um esforço para recalibrar a resposta do país ao vírus, baseado sempre em uma “deferência inabalável pela ciência”.


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