Na última de uma série de entrevistas exclusivas para o Jornal Brasil Vancouver, o Cônsul-Geral do Brasil em Vancouver fala sobre a relação do consulado com a comunidade brasileira, incluindo planos para eventos, promoção da cultura brasileira, difusão da língua portuguesa e apoio aos empreendedores na região. Leia, na íntegra, a entrevista com o Cônsul Renato Mosca:
JORNAL BRASIL VANCOUVER: Quais são os seus planos para aproximar o Consulado-Geral do Brasil da comunidade brasileira em Vancouver? Na sua opinião, como o Consulado pode impulsionar o desenvolvimento e integração da comunidade brasileira?
RENATO MOSCA: Excelente questão, pois me abre a oportunidade de me dirigir diretamente à comunidade. De início, quero ressaltar que tudo farei para aproximar o consulado-geral da comunidade brasileira.
Além de prestar serviços e assistência de modo eficiente e tempestivo, temos uma agenda cultural e de atividades em elaboração já para 2022, que inclui cinema, ciclos de palestras, leituras, promoção de eventos comemorativos (bicentenário da Independência, por exemplo), apresentações musicais, dança e muitos outros. Esta é uma maneira muito especial de nos encontrarmos e nos conhecermos.
No entanto, é fundamental que a comunidade queira se aproximar do consulado, que faça seu cadastro conosco, que acompanhe nossas iniciativas por meio das redes sociais, que participe da programação com seus filhos, que venha visitar o consulado não somente quando necessário.
O consulado está aberto a todos. Tenho recebido ligação de pessoas que querem nos conhecer, recebo todas e tenho a oportunidade de construir uma relação mais estreita e duradoura. Estamos aqui para servir, não há outro propósito.
Comento novamente, por oportuno, que este ano teremos eleições. É essencial que os brasileiros procurem verificar eventuais pendências com a Justiça Eleitoral e que façam o recadastramento para votarem em Vancouver (os eleitores de BC, Saskatchewan, Yukon e Territórios do Noroeste) e em Calgary (eleitores de Alberta).
Tudo é bem simples na página do Tribunal Superior Eleitoral. Se tiverem dificuldades, estamos prontos a ajudar para que esse encontro no dia 2 de outubro seja o mais abrangente e representativo possível.
Já estamos com campanhas nas redes sociais para o recadastramento eleitoral e, em breve, vamos iniciar um projeto de ampliação da base de dados do consulado, pois queremos mapear os brasileiros, saber quantos somos mais fielmente e acessá-los em caso de necessidade e de emergências.
Em breve, vamos solicitar ajuda de todos para que os brasileiros nos enviem mensagens eletrônicas com alguns poucos dados, como nome, endereço e telefone celular. Esses dados serão importantes para melhorarmos nosso trabalho e nosso atendimento, sem invadir a privacidade dos brasileiros. Se queremos estar integrados, precisamos saber quem somos.
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JBV: Há planos de eventos presenciais para brasileiros na Metro Vancouver, organizados ou apoiados pelo Consulado, a partir de 2022?
RM: Com o avanço do programa de vacinação em BC e a consequente diminuição da imprevisibilidade causada pelo impacto da COVID-19 na área de saúde pública, o consulado pretende incluir em sua programação cultural, que está sendo elaborada no momento, outros eventos presenciais para brasileiros, em Metro Vancouver.
Já há, entretanto, um projeto confirmado para 17 de abril – “200 Anos de Brasil: Percorrendo a Diversidade da Música Brasileira” -, em parceria com o “Vancouver Latin American Cultural Centre” (VLACC), como parte das celebrações dos 200 Anos da Independência do Brasil.
No próximo dia 5 de abril, às 7:00pm, está agendada a exibição do filme brasileiro “Querido Embaixador”, do cineasta Luiz Fernando Goulart, na The Cinematheque, no centro de Vancouver. Para o público infantil e juvenil, realizamos no último sábado, 5 de março, uma oficina de pintura com a artista brasileira Sophia Longo, com a participação de alunos da Oficina Curumim, organização dedicada à preservação da língua de herança e da cultura brasileira entre as crianças da comunidade de brasileiros radicados em Vancouver.
Entre outros eventos futuros, estamos planejando, ainda, retomar a organização da Data Nacional de Sete de Setembro nos moldes de 2019, qual seja, em local aberto com a participação de pequenos e microempreendedores que queira apresentar seus produtos. Para estar em dia com essas informações, siga o consulado-geral do Brasil no Instagram (@consbrasvancouver) e no Facebook (cgvancouver).
Outros eventos estão sendo, ainda, planejados, mas a intenção é oferecer à comunidade brasileira programação variada e que permita aproximá-la da rica e diversa cultura do Brasil.
JBV: Como o Consulado pode facilitar e incentivar que os brasileiros em British Columbia (em particular, os filhos de imigrantes brasileiros) possam manter seus laços afetivos e culturais com o Brasil?
RM: Como comentei, é importante que o consulado seja proativo na criação de ocasiões para difusão da língua portuguesa e da cultura brasileira. Estamos elaborando uma programação para cumprir nossa parte nesse processo. Mas é igualmente importante que a própria comunidade se reúna para promover seus próprios eventos.
Eu espero receber muitos convites e estarei presente todas as vezes que os brasileiros se reunirem por qualquer finalidade, social, empresarial, acadêmica ou cultural. Se nos convidam, iremos.
Eu também convidarei os brasileiros pelas redes sociais, e espero que venham prestigiar nossos eventos. O desejo genuíno de estarmos juntos será uma alavanca para nossa integração e coordenação de nossos interesses.
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JBV: Como o senhor acredita que o Consulado pode estimular ou apoiar os pequenos e médios empreendedores brasileiros na região?
O Consulado-Geral do Brasil em Hamamatsu, no Japão, possui em suas dependências um “Espaço do Empreendedor Brasileiro”, serviço gratuito de apoio e orientação a micro e pequenos empresários e trabalhadores brasileiros residentes naquele país.
O senhor acredita que esta iniciativa pode ser replicada na Metro Vancouver, visto o grande número de empreendedores brasileiros no oeste canadense?
RM: Na prática, o SECOM existe para isto e está à disposição dos empreendedores para ajudar, mas nós precisamos ser demandados. É preciso que os empresários brasileiros venham conversar e dividir os seus projetos e dificuldades para que possamos entrar concretamente em campo.
Da nossa parte, já estamos fazendo isso, convidando pessoas da comunidade com que tivemos contato para uma reunião no consulado. Tem sido muito produtivo esse exercício, tudo depende de estabelecermos interlocução.
No nível macro, recentemente houve a assinatura de memorando de entendimento para parceria entre a Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) e a “Brazil-Canada Chamber of Commerce” (BCCC) na promoção e desenvolvimento de projetos e eventos dentro do ecossistema Brasil-Canadá.
A esse respeito, estamos em contato com o embaixador do Brasil em Ottawa para encontrar meios de que Vancouver seja incluída nesse estreitamento de parceria entre as câmaras de comércio, a exemplo do que já acontece em Ontario e Quebec.
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JBV: Qual é a sua mensagem final aos brasileiros em Vancouver?
RM: Minha mensagem é convocatória, de acolhimento e de integração. Nenhum brasileiro que entre em contato conosco ficará sem atendimento personalizado. Nos próximos poucos anos, estaremos aperfeiçoando, no limite de nossa capacidade, o serviço consular e a assistência prestados aos brasileiros no exterior.
Ao mesmo tempo, trabalhando de modo incansável – e esperando que em conjunto com a comunidade – no tripé econômico-comercial (SECOM – ministro Julio Laranjeira), cultural (SECULT – conselheira Maria Cristina Pereira da Silva) e acadêmico, científico e tecnológico (SECTEC – secretário Renato Levanteze Santana). A proposta é avançar em conjunto.
► Não deixe de ler também a primeira e segunda partes desta entrevista.
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