Líderes globais em tecnologia e concorrentes no mercado digital, Google e Apple agora estão no mesmo time, na luta contra o novo coronavírus no Canadá e em outros países. As duas empresas estão desenvolvendo juntas um sistema que vai possivelmente permitir aos usuários verificar se estiveram próximos a uma pessoa infectada pelo COVID-19.
Com o provável fim da “primeira onda” do novo coronavírus neste verão, a Dra. Theresa Tam, chefe de saúde pública do Canadá, explicou semana passada que diversos controles e vigilância epidêmicos deverão permanecer à medida que a economia do país lentamente retornar ao seu estado de atividade habitual.
Parte deste controle chama-se “rastreamento de contato”. Segundo explica o National Post, isto significa rastrear os contatos recentes de qualquer pessoa que apresentou resultado positivo para sintomas de COVID-19, o subsequente monitoramento destes indivíduos para possíveis indícios da doença e a eventual necessidade de realização de testes e auto-isolamento. Este processo é fundamental para interromper uma disseminação comunitária sem controle.
Diversas alternativas estão sendo consideradas pelas autoridades de saúde canadenses para aplicar o “rastreamento de contato” e dados de localização gerados por telefone celular podem ser fundamentais para colocar isto em prática. A tecnologia já está sendo utilizada em outros países, como em Cingapura, por exemplo. Por outro lado, o rastreio pelo governo gera preocupações sobre a privacidade individual dos usuários.
Apple e Google anunciam desenvolvimento de sistema para contribuir na ativação do rastreamento de indivíduos
Em anúncio na última sexta-feira, os gigantes da tecnologia Google e Apple anunciaram um esforço conjunto para habilitar o uso da tecnologia Bluetooth para colaborar com governos e agências de saúde em reduzir a propagação do vírus. Segundo o comunicado, “privacidade, segurança e consentimento dos usuários” são elementos centrais na confecção do sistema.
Devido a necessidade urgente, o plano é implementar esta solução em duas etapas. Inicialmente, em maio, as duas empresas lançarão sistemas “APIs” (Interface de Programação de Aplicativos) e outras técnicas para contribuir na ativação do rastreamento de contatos. Estes sistemas permitem a interoperabilidade entre dispositivos Android e iOS, usando aplicativos das autoridades de saúde pública, que estarão disponíveis para download pelos usuários em suas respectivas lojas de aplicativos.
Em seguida, nos próximos meses, Apple e Google devem habilitar uma plataforma mais ampla de rastreamento de contatos baseada em Bluetooth, incorporando esta funcionalidade nas plataformas estruturais, o que se trata, segundo explicam as empresas, de uma solução mais robusta que uma “API” e permitiria a participação de mais indivíduos, se eles optarem por participar, além de permitir a interação com um ecossistema mais amplo de aplicativos e autoridades governamentais de saúde.
Google e Apple encerram seu comunicado reforçando que “privacidade, transparência e consentimento são de extrema importância nesta iniciativa”, e que esperam criar esta funcionalidade com a “participação e consulta das partes interessadas”. Ambas empresas afirmam que as informações sobre o trabalho desenvolvido serão eventualmente disponibilizadas para a análise de terceiros interessados no projeto.
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